quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Palavras do Autor


Este conto foi idealizado a partir da observação dos invisíveis moradores de rua. Os quais só percebemos quando nos entram na frente, pedindo por algo. Ou quando, por descuido “deles”, estão em “nosso” caminho. Seres translúcidos e sombras sociais, opacas e transparentes.

Moradores, dos “nossos” caminhos, que levam uma vida de paisagem, sem cor. São eles, a inspiração deste autor, que narra em primeira pessoa, o conto. Aos que nunca desistem de procurar viver a vida infeliz, de forma feliz.

Qualquer que seja a semelhança, de algum personagem, com a vida real, será mera especulação.

"Fantasia? Mito? Lenda? Realidade? Descubra você mesmo(a) quem é Zézu!"


Começa assim: Nem sempre conhecemos um ser humano por completo, mas Zézu tem sido mais que um grande enigma. Homem simples, de vida incomum. Antes de tudo, um amante da vida e de tudo que a compõe. Ao menos, é para esse repórter, o que há no seu único legado conhecido, um manuscrito.

Zézu esforçou-se para organizar o manuscrito, colocando datas. Não é possível afirmar,  pela falta de algumas páginas ou porque colocava o que ia lembrando, ao longo do tempo, o manuscrito reflita todos os acontecimentos da vida deste personagem.

Algumas pessoas passam pela vida e mesmo sem que seja um herói, um ícone da mídia ou esteja envolvido em um grande escândalo, serão lembradas. Podemos pensar em nossos pais e mesmo que alguns não aceitem, tiveram ou tem grande influência em nossa vida. Tanto faz o motivo. Seja pela proteção que exerceram, pelo carinho que deram, pelo conforto que ofereceram, pela maneira que demonstraram amor, pela sombra que proporcionaram nos dias de muito sol, pelo leite da mãe e pela força do pai. Até pela falta de tudo isso, por que não, influenciaram!

Tudo o que vai aqui é parte integrante de um manuscrito encontrado, embrulhado, num saco plástico e parcialmente comido pelas traças. Quisera eu que este plástico tivesse durado tanto o quanto os estudos apontam, mas não foi assim. Quanto as traças, talvez até mesmo elas tenham gostado do conteúdo e deixado o restante para ser consumido pelos leitores.

Encontrar as palavras que descrevem parte da vida de um ser humano é algo magnífico. Principalmente quando não pode se encontrar o autor, tudo ganha um ar de mistério, de fantasia e romantismo. E, mesmo sem conhecer Zézu, até saudades causou.

Enquanto cada frase era lida, ficava pensando em como agiria diante de determinadas situações. Era preciso resolver essa questão e como repórter, mesmo sem muita experiência, saí a campo. Alguns colegas, que também estavam intrigados, ajudaram. Iniciou-se, então, uma força tarefa, para encontrar a origem do manuscrito, "Diário do Zézu", como foi chamado.

No início pensamos que seria fácil. Acabamos descobrindo que o grosso manto do tempo dificultaria a busca. Mas, a cada vez que lia os manuscritos, a alma enchia-se de energia. Era como se o próprio manuscrito procurasse por alguém, que o ajudasse de alguma forma.

Quanto mais se busca por respostas, mais perguntas surgiam e menos respostas eram encontradas. As perguntas simples estavam sem resposta, aliás, as perguntas só se multiplicam e as respostas se dividem. Quem seria "Zézu"? Onde teria vivido? Em que região? Ainda teria filhos vivos? Netos? Algum parente? Que pessoas poderiam tê-lo conhecido? Quem poderia enquadrar-se no perfil, do anônimo, estranho e caloroso Zézu?

Tudo já foi feito para localizar a origem dos manuscritos, nada foi encontrado. Apenas pistas, que acabaram em lugar nenhum. Tudo o que se sabe sobre este personagem está nas páginas puídas de um velho caderno. Até análise de carbono foi feita, para se estabelecer a época, onde poderia ter sido produzido. Nada!

Culpo-me pela própria ignorância, posso ter comprometido uma boa parte do material. Quando encontrei o diário, não o imaginava tão importante, para mim. Tenho me sentido como um dos “Cruzados”, na busca do “Santo Graal”.

Vou apresentar o conteúdo do Diário do Zézu e depois, dizer tudo o que foi feito, ao menos o que lembro. Deixei de me preocupar com datas, pois descobri que elas foram o pior ponto de referência, para encontrarmos algo. Neste momento, em algum lugar, a fantasia existe e é maravilhosa, asseguro!

Ao utilizar, todo ou parte deste texto, favor mencionar a autoria e a fonte.

J.C.Hesse - Autor de Cartas & Sombras
Assessor Administrativo do Clube dos Novos Autores
Twitter: JCHesse



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